maio 16, 2008

Jeito

Às vezes penso que tenho jeito para coisas.

Jeito. Esta palavra lembra-me sempre uma situação. Casa de uma namorada. A mãe era professora primária e preparava qualquer coisa para os alunos. Tinha um cartão onde estava escrito geito. Sempre tive jeito para as mães e disse delicadamente:

- Mas Jeito é com J.
Mãe em fúria: Não! Geito é com G.
-Não é com J.
Fámília amistosa em fúria e com facas na mão: Não! Geito é com G!
- Sim senhora.

Nunca tive geito para me chatear. Nesse dia, enquanto dormiam, peguei fogo à casa e vim embora.

Mas falava em ter jeito. Hoje pensei que tinha jeito para respostas estúpidas que podem ser utilizadas em diálogos de séries cómicas.

O meu chefe perguntou-me:
-O que tens para fazer depois disso?
-Depois disto vou fingir que tenho muitas coisas para tratar para não me dares nada para fazer.

Confesso que foi a primeira coisa que veio à cabeça mas nunca tive geito para dizer o que me vem à cabeça quando devo. Só quando não devo.

* Amanhã: falar com o chefe e dizer que ando a utilizar as coisas estúpidas que penso no trabalho para escrever aqui.

maio 15, 2008

A voz da experiência

Tenho uma vizinha espectacular. Cada vez mais acho isso. Tem mais de 70 anos e já viveu muito.
Ontem fui a casa dela. Podia falar de muitas coisas mas só quero partilhar uma:

-Os jovens vêm para estes prédios velhos e pensam o quê... Isto anda sempre desequilibrado. São piores que as mulheres.

Concordo. Os prédios velhos são muito piores que as mulheres.

abril 21, 2008

Às vezes

Às vezes as casas constroiem-se a partir do telhado.
Fecham-se os olhos e metem-se as telhas.

É incrível como ficam no sítio certo.

abril 15, 2008

Venha ele.


Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.~
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada

Fernando Pessoa


setembro 18, 2007

Hoje disseram-me que os homens eram todos infantis...


Não percebo.
[imagem com versão luso-brasileira]

setembro 03, 2007

Olha quem é ele!

Foi uma longa ausência deste espaço…
Felizmente não fiquei longe de vocês. Encontrei-os noutros espaços. Mais próximos e, por isso, mais interessantes.
Obrigado pela ajuda e pelos momentos partilhados.
A vida é como uma casa (OH NÃO!! LÁ VEM ELE COM AS CONVERSAS DA CASA!!). Precisa sempre de obras e manutenção. Também por isso, não podemos estar à espera que as obras acabem para a partilharmos. Se o fizermos a casa fica vazia, tristonha e sem interesse. Se tudo correr bem, talvez não tenha infiltrações…
Não prometo que venha aqui muitas vezes. Muito menos que venha durante muito tempo. No instável mas decidido equilíbrio entre o que sou e o que quero ser posso prometer que tudo farei para partilhar com vocês. Por aqui ou noutros espaços.

Abrçs e Bjs!

outubro 02, 2006

Partilha suspensa para obras e manutenção


Voltarei